O Jovem Cristão e a Adolescência

Para início de conversa podemos lembrar que antigamente não havia adolescência. A adolescência foi inventada pela sociedade moderna para justificar uma falta de controle dos pais na conduta dos jovens. Há alguns anos atrás o jovem saía da infância direto pra vida adulta. Assumia responsabilidades e dividia com os pais tarefas de um adulto. Do ponto de vista espiritual podemos dizer que a adolescência foi criada para levar o jovem a se tornar infrutuoso e a perder a melhor fase de sua vida: a juventude. Porque a adolescência é um “Limbo”. É um buraco de confusão onde os jovens perdem o senso de direção, a capacidade de decisão e a força de vontade e se tornam infrutíferos. Do ponto de vista da igreja, aos jovens é reservada a promessa de serem “a esperança para o futuro”. E como o chamado é para o futuro, se tornam infrutíferos porque não têm uma visão de chamado para agora. O que é um adolescente? ‚ É alguém que confia em si mesmo. Auto-suficiente. Sonha em ser herói. ‚ Tem impureza moral. (é impaciente, mentiroso, infiel nos acordos...). ‚ Tem conhecimento intelectual. Sabe de tudo. ‚ Tem uma vida sem controle. Sem regras. Não se domina. ‚ É Inconstante. Começa as coisas e não termina. ‚ Tem semelhança com o mundo. Vive na moda. ‚ Busca isolamento. Quer privacidade. Não se abre. ‚ É egoísta. Só pensa em si mesmo. Mas, esse jovem-adolescente-moderno está longe do padrão que Deus espera dele. O problema é que não somente o mundo se acostumou com essa visão, como a igreja aceitou essa proposta moderna para nossos jovens. Mas, o que Deus espera do jovem? II Pedro 1:3-11 Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo, por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele a quem estas coisas não estão presentes é cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora. Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum. Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. ‚ Fé. Fé pessoal em Cristo. ‚ Virtude. Santidade moral (benignidade, bondade, verdade...). ‚ Conhecimento. Não é conhecimento intelectual. É por experiência. ‚ Domínio próprio. Controle de si mesmo. ‚ Perseverança. Não é apenas não retroceder; é continuar fazendo as mesmas coisas. ‚ Piedade. Semelhança com Deus. ‚ Fraternidade. Comunhão com a igreja. ‚ Amor. Quem não tem essas coisas não terá a entrada amplamente suprida no reino. Vejo essa afirmação como se fosse um jogo de futebol: Brasil x Argentina. Não foram vendidos ingressos antecipados e foram disponibilizados apenas 20 mil ingressos. No dia do jogo 65 mil pessoas se apertam e se espremem na frente das bilheterias para “tentarem” a sorte. E você, recebe uma ligação de um amigo que lhe concede um ingresso vip nas cadeiras cativas, numeradas. Você chega no estádio, passa por toda aquela multidão e entra pela lateral, por uma entrada para convidados. Portões abertos, sem a presença das multidões, você entra tranqüilamente e encontra seu lugar numerado. Entrada amplamente suprida. O verso 10 desse texto fala de “vocação” e “eleição”. O jovem foi chamado e escolhido; e como todo cristão, precisa confirmar essa eleição e vocação todos os dias. Essa geração precisa ser levantada de uma postura medíocre e acomodada. Efésios 4:1 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, O texto de efésios é um chamado á coerência. A vida tem que ser assemelhada ao chamado. Essa geração precisa amadurecer. Estamos presenciando a passagem de uma geração fraca e imatura. Essa geração precisa ser levantada como filhos mais velhos de uma família em que o pai morreu. Onde, mesmo jovens, precisam ganhar maturidade e responsabilidades sobre outros mais novos. Vivemos uma geração “videogame”. Jovens imaturos, que não assumem responsabilidades e não estão prontos para a vida. Como costumo dizer: uma geração com síndrome de Down, que aparenta no comportamento uma idade bem menor do que é de fato. Há muito tempo atrás eu ouvi uma definição sobre participação prática do reino. Me ensinaram que o reino é formado por 03 mesas. Na primeira mesa, somos crianças e por isso recebemos comida na boca e somos cuidados por outros irmãos. Na segunda mesa, aprendemos a nos virar sozinhos. E na terceira mesa nos levantamos para servir outros. Na nossa cultura nos acostumamos a manter os jovens se revezando entre a primeira e a segunda mesa. Sempre recebendo, ou, no máximo, vivendo uma vida solitária. Precisamos levar essa geração á terceira mesa. A mesa do serviço. A mesa da paternidade. Do cuidado de vidas de outras pessoas. I Corintios 13:11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino. Vamos desistir das coisas de menino? Os jovens precisam ser ativos, frutuosos. Se envolverem com vidas, com ministérios. Devem frutificar. Devem participar. Paulo Ricardo